São Maximiliano Maria Kolbe
Nasceu a 8 de Janeiro de 1894, em Zdunska Wola, Polónia, o menino Raimundo, que na vida religiosa dos Franciscanos Conventuais recebera o nome de P. Maximiliano Maria Kolbe.
Seus pais eram trabalhadores humildes e cristãos fervorosíssimos.
Raimundo era vivo, esbelto, voluntarioso, mas tão traquinas, que sua mãe, preocupada, disse-lhe um dia: – Meu filho, que virá a ser de ti?
Esta pergunta angustiosa impressionou tanto o rapazinho, que ele foi à igreja perguntar a Nossa Senhora que viria a ser de si. Eis o resultado, narrado pelo próprio, a instâncias da mãe: «Nossa Senhora apareceu-me, tendo na mão, duas coroas, uma branca e outra vermelha: a branca significava a Pureza; a vermelha, o Martírio. Então respondi: Escolho ambas. Ela sorriu e desapareceu».
A pobreza dos pais não lhes permitia mandar o filho estudar. Mas o farmacêutico da terra, descobrindo nele uma grande inteligência, começou a ensiná-lo e assim, a Providência abriu-lhe o caminho para a realização da sua vocação. Os Superiores, observando o seu grande talento, mandaram-no para Roma a continuar os estudos.
Em um de Novembro de 1914 faz os seus votos perpétuos, com a sua consagração total a Deus. E foi em Roma que sucedeu um facto que veio a motivar os grandes ideais apostólicos da sua vida religiosa e sacerdotal.
A maçonaria escolhera precisamente Roma para aí, em 1917, um grupo de energúmenos fazer passar pela Praça de S. Pedro, mesmo sob os aposentos do Papa, uma diabólica inscrição: «Satanás deve reinar no Vaticano e o Papa deve ser seu escravo». Naquela bandeira via-se Lúcifer calcando aos pés o Arcanjo S. Miguel.
Tal espetáculo acendeu em Frei Maximiliano o fogo do seu zelo de amor ao Papa e à Santa Igreja de Cristo. Para ele, a Imaculada era a Virgem Guerreira, e a sua alma combativa foi empolgada pela inspiração de fundar a Milícia da Imaculada, a Cidade da Imaculada e o Cavaleiro da Imaculada, três realizações que se completam: uma associação, que tinha por objetivo combater a maçonaria e outros partidários de Lúcifer. As suas armas seriam a palavra, a oração e o bom exemplo. Mas eis que lhe bate à porta uma grave doença: a tuberculose, com frequentes hemoptises e uma longa peregrinação pelos sanatórios.
Mas quando os médicos o julgam perdido, a Imaculada intervém, de tal forma que ele consegue, mesmo só com metade de um pulmão, resistir aos sacrifícios e levar a cabo empreendimentos extraordinários.
Em 1938, o jornal «Cavaleiro da Imaculada, atinge na Polónia a tiragem de 1.000.000 exemplares. A Cidade da Imaculada, apetrechada com as últimas invenções tipográficas, tem ao seu serviço 700 irmãos religiosos.
O Episcopado polaco lamenta a falta de um diário católico. O Padre Kolbe lança-o com o maior êxito, depois de uma grande cruzada de orações. Parte da Polónia para o Japão, a fundar ali a sua obra de imprensa, que devia abranger todo o Oriente. O seu amor à Imaculada é a sua luz e a sua força, e a fonte de todos os prodígios.
Na sua passagem por Moscovo devia ter nascido no seu espírito aquela profecia a que se referiu no fim da sua vida: «Haveis de ver um dia a estátua da Imaculada, no centro de Moscovo, no mais alto do Kremlin!»
Regressando à Europa em 1936, com a saúde abalada, é eleito Guardião ou Superior da Cidade da Imaculada.
Aí forja a alma dos seus colaboradores ao fogo que lhe ardia no coração. E diz-lhes: «O progresso ou é espiritual ou não existe … Quero ser um santo e um grande Santo … Amai a Imaculada! Ela vos fará felizes, confiai n’Ela, entregai-vos a Ela… Nem a todos é dado compreender a Imaculada, mas somente aqueles que pedem tal graça de joelhos … ».
Entretanto, os exércitos nazis invadem a Polónia. É a coroa de rosas vermelhas que se aproxima. A Cidade da Imaculada começa a ser bombardeada. O Padre Kolbe e alguns companheiros são levados para um campo de concentração. Ali há fome e frio e maus tratos. O Padre Maximiliano passa entre todos, a animá-los. Fá-los rir e rezar. Distribui Medalhas Milagrosas aos próprios guardas alemães, e conforta os outros prisioneiros com este pensamento: «Vivemos num tempo de grande penitência … O sofrimento é bom e doce para quem o aproveita de boa vontade».
Libertados, ele e os companheiros são depois conduzidos para outros campos de concentração, até que vêm a parar em Auschwitz, o famoso «campo da morte». Aí os crematórios fumegavam dia e noite, e os judeus e os Padres eram vítimas do ódio mais feroz.
Vítima das maiores violências, num desses campos, chegou a ficar sem sentidos. Ao voltar a si, anima os companheiros: “Meus amigos, devem alegrar-se comigo: foi pelas almas e pela lmaculada”.
Em Julho de 1941, evade-se desse campo um prisioneiro. Castigo horrível: em troca dum evadido, são condenados dez à morte. Um dos condenados chora: «Ai minha mulher e meus filhos, que não mais os torno a ver».
O Padre Kolbe pratica então o seu ato de heroísmo máximo: Oferece a sua vida por ele. A oferta é aceite, e o Padre Kolbe entra no «bloco da morte», onde as vítimas morrem nuas, à fome e à sede.
Dali vinham urros de desespero. Mas, depois que o Padre Kolbe lá entrou, tais urros foram substituídos pela reza do Rosário e por cânticos religiosos.
As palavras que lhe ouviram nos diferentes campos de concentração e nos tormentos que lhe infligiram, merecem ser arquivadas:
– Por Jesus Cristo, estou pronto a sofrer ainda mais. A Imaculada está comigo e ajuda-me.
– Olhai para a Imaculada: Ela é a consoladora dos aflitos: ama-nos, ouve-nos e ajuda-nos a todos.
Os outros condenados já tinham morrido: restavam apenas dois, mas já inconscientes. Só o Padre esta ainda ali, rezando sempre. Mas como as instalações eram precisas para outros condenados, chamam um enfermeiro alemão, para que venha com uma seringa, para dar-lhe a injeção mortal. E o Padre Kolbe estende a mão para a picada. Foi no dia 14 de Agosto de 1941, vigília da festa da Assunção de Maria. A Rainha Imaculada veio buscar o seu apóstolo e mártir para o triunfo eterno.
O Papa Paulo VI beatificou-o em 21 de Outubro de 1971. E em 10 de Outubro de 1982, o Papa João Paulo II
(duas glórias da Igreja e da Polónia associadas na mesma
glorificação) canonizou-o como mártir e santo.
Oração a São .Maximiliano Maria Kolbe
Ó São Maximiliano Maria Kolbe, seguidor fidelíssimo de São Francisco de Assis, que, inflamado de amor de Deus, transcorrestes a vida na prática constante das virtudes heroicas e nas obras santas de apostolado, volvei o vosso olhar a nós, vossos devotos, que confiamos na vossa intercessão.
Vós que, irradiado da luz da Virgem Imaculada, atraíste inumeráveis almas ao ideal de santidade, chamando-as também a toda a forma de apostolado, na perfeita consagração a Ela, para o triunfo do Reino de Deus, obtende para nós luz e força para operar o bem a atrair muitas almas ao amor de Cristo, através da Imaculada.
Vós que, em conformidade perfeita ao Divino Salvador, chegastes a um alto grau de caridade, oferecendo em sublime testemunho de amor a vossa vida, para salvar a de um prisioneiro, impetrai-nos do Senhor a graça de que, animados pelo mesmo ardor de caridade, possamos também nós, com a fé e com as obras, testemunhar Cristo aos nossos irmãos, para chegar convosco à posse de Deus na luz da glória eterna. Amem.
Ato de Consagração à Imaculada
Ó Imaculada, Mãe de Deus e minha Mãe, Maria, eu Vos renovo o voto da minha total consagração e ofereço ao vosso Coração Imaculado as orações e ações, as alegrias e os sacrifícios deste dia, para cooperar com a vossa missão de conquista do mundo inteiro ao reino de Cristo.
Concedei-me que Vos louve, ó Virgem Santíssima, com meu empenho e sacrifício pessoal.
Concedei-me viver, trabalhar, sofrer, consumir-me e morrer por Vós, somente por Vós.
Concedei-me levar até Vós o mundo inteiro.
Concedei-me contribuir para uma sempre maior exaltação Vossa, a maior exaltação possível de Vós.
Concedei-me render-Vos uma tal glória como ninguém até hoje vos rendeu.
Concedei aos outros que me superem no Zelo pela Vossa exaltação e que eu os supere, de modo que, em nobre competição, vossa glória cresça sempre mais profundamente, sempre mais rapidamente, sempre mais intensamente, como deseja Aquele que Vos exaltou, de modo tão inefável, acima de todos os seres.